segunda-feira, fevereiro 1

Cinema Clássico

Posso me considerar uma apreciadora do cinema clássico. Muito menos do que deveria ser, certamente, mas ainda assim choro quando vejo uma obra no black and white, dirigido por alguém que, possivelmente, já está morto. Mas nunca havia dado o devido respeito às obras clássicas que estampam minhas prateleiras. Portanto, seguindo o padrão estabelecido das listas que agradam a todos, colocarei aqui os meus preferidos, daqueles que gastei mais do que devia para comprar:


Oito
½, 1963 - Federico Fellini


Falei sobre ele há pouco tempo, e isso já mostra a importância que esse filme tem para mim. Federico Fellini é, para a grande parte dos cinéfilos, um dos maiores gênios que a Europa já produziu. Ter a oportunidade de ver uma crise de criatividade e inspiração de um gênio que, aparentemente, nunca teria um problema desses é simplesmente one in a lifetime.

O título do filme é uma referência à carreira do próprio diretor, que até então já havia dirigido seis longa-metragens, dois episódios de filme e havia co-dirigido um longa-metragem.

Grande parte das cenas do filme foi tirada de sonhos que o cineasta teve, e todo o roteiro é autobiográfico. Fellini assumiu uma crise em sua carreira, justamente quando dirigiu seu melhor filme.

Marcelo Mastroianni ficou incumbido de ser “Fellini” das telas. E o fez com maestria.

Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Figurino.

Sunset Boulevard, 1950 – Billy Wilder

Noir ou não noir? Eis a questão que Sunset Boulevard consegue responder com todo o charme possível. Gloria Swanson é Norma Desmond, uma atriz de cinema mudo decadente que, vendo sua carreira indo por água abaixo, conhece Joe Gillis (William Holden) um roteirista de segunda que fica responsável em fazer um filme que leve Norma de volta ao seu tempo de ouro.

O filme foi indicado a treze prêmios da Academia. Recebeu três – Melhor Direção de Arte, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora. Recebeu a indicação para Melhor Filme, perdendo para “All About Eve”.

Citizen Kane, 1941 – Orson Welles


Outro filme que já ocupou alguns espaços aqui, mas que nunca terá uma resenha completa. Certamente o filme mais polêmico sobre a indústria da imprensa, Orson foi genial ao fazer o filme baseado na vida do jornalista William Randolph Hearst, embora Wells nunca tenha assumido isso.

O filme é considerado pela maioria dos críticos de cinema como o maior filme já feito e ocupa o primeiro lugar na lista da American Film Institute.

Mudou a história do cinema, criou novas técnicas de filmagem contando a história de um protagonista já morto, e mostra pela primeira vez o teto dos ambientes, mudando o conceito cenográfico de Hollywood.

Orson nunca mais foi o mesmo depois de Citizen Kane.


12 Angry Men – 1957 – Sidney Lumet


Henry Fonda provando, mais uma vez, que a família Fonda tem o “porquê” no cinema. 12 Angry Men conta a história de doze jurados que têm o destino de um porto riquenho em suas mãos. Acusado de matar o próprio pai, o jovem depende de doze homens diferentes e com personalidades totalmente opostas para que não seja mandado para a prisão.

Enquanto estão reunidos tentando definir o que acontecerá com o jovem, apenas um está convencido que o mesmo é inocente - o jurado número 8, Davis, Fonda.

Não recebeu nenhum Oscar, embora tenha sido indicado em três categorias: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Filme, perdendo para “A Ponte do Rio Kwai”.


O Sétimo Selo, 1956 – Ingmar Bergman


Morto há pouco tempo, Bergman foi, certamente, um dos melhores cineastas do mundo. É considerado um gênio por cineastas como Jean- Luc Godard e Michelangelo Antonioni. O Sétimo Selo é a prova maior de sua genialidade. É clássico, é marcante e é emblemático.

O filme é ambientado durante a Idade Média. Prestes a morrer, um cavaleiro recém voltado das Cruzadas, pretende negociar sua vida com a Morte ao desafiá-la a uma partida de xadrez.

No filme, todos os aspectos da religiosidade são questionados, porém nunca é dada nenhuma resposta sobre sua veracidade. Isso é o mais genial sobre esse filme. Tudo parece um sonho.

Um comentário:

Henrique disse...

12 angry men tava 12,90 na americanas uns tempos atrás =O



mas é muito bom, minha professora de redação passou no terceiro ano, me apaixonei, mesmo sendo B&W (não sou muito fã)

sem contar tmb o cidadão kane, que é obrigatório para todos nós

\o/