sexta-feira, junho 26

A música chora...


Dia 25 de junho de 2009 - data que entra para o hall das mais tristes no mundo da música. Michael Joseph Jackson, o maior ícone pop do século XX se foi aos 50 anos. O cantor sofreu uma parada cardíaca em sua mansão localizada em Los Angeles por volta do meio dia. Os paramédicos que o socorreram no local encontraram Michael inconsciente e já sem respirar. Às 13:07, horário local (18:07 horário de Brasília) foi anunciada a sua morte. Como era de se esperar, a notícia cruzou o mundo em segundos, pegou de supresa e comoveu a todos.

O mundo musical perde a mais importante figura de sua total expressão e significado de forma inesperada, misteriosa e dolorosa. Dono de um talento indiscutível, que envolve principalmente a dança e a interpretação de suas músicas, Michael quebrou inúmeras barreiras. Gravou discos intocáveis, ensinou a todos o que é um vídeo-clipe de verdade, realizou shows magníficos e imortalizou seus passos nos pés de pessoas do mundo inteiro. Acumulou uma riqueza inigualável chegando a comprar parte dos direitos autorais de músicas dos Beatles - quantia astronômica - e construindo um "quase parque de diversões" na California; o rancho Neverland.

Ao longo dos mais de 40 anos de carreira, Michael Jackson - que dispensa qualquer tipo de "mini-biografia" - misturou doses e mais doses de diversos ingredientes que aos poucos o coroaram com o título que o seguiu até o fim de sua vida, ainda que afastado dos palcos há um bom tempo. Talento, fama, dinheiro e escândalos fazem parte dessa mistura. Sua personalidade excêntrica que começou a ser desenhada assim que deixou o Jackson 5, aliada aos maus tratos sofridos pelo pai, lhe custou caro o bastante para fazê-lo perder parte da sua fortuna com advogados que o defenderam de acusações como as de abuso sexual e pedofilia.

A alternância entre o estado normal e o duvidoso se tornou a marca registrada de Michael em seus derradeiros anos de carreira e talvez tenha sido isso que fez dele o, acima de tudo, artista que era. Michael deixa o mundo após anunciar uma turnê que findaria na sua aposentadoria e que já estava com todos os ingressos esgotados. Infelizmente ele partiu antes de nos apresentar um show de despedida.

Creio que para todo mundo, a notícia, seja ela vinda de qualquer forma, soou como um choque enorme e com certeza ainda gera a frase mais comum desde ontem: "Ainda não acredito!". Michael Jackson já está fazendo falta desde seu primeiro segundo de vida eterna; falta essa que jamais deixará de ser sentida. Para todos os fãs, independente da crença, resta pensar que o paraíso dos astros, que sempre esteve em festa, agora tem um novo integrante - agora possui um Rei.

quarta-feira, junho 24

Fahrenheit 9/11, 2004


Ganhador da Palma de Ouro de 2004, Fahrenheit 9/11 que foi dirigido, produzido e escrito por Michael Moore é simplesmente genial.

O documentário narra os momentos mais tensos do primeiro mandato de George W. Bush nos Estados Unidos e cita as causas e consequências dos atentados de 11 de setembro, fazendo referência a posterior invasão do Iraque liderada por esse país e pela Grã-Bretanha. Além disso, tenta decifrar os alcances dos vínculos que existiriam entre as famílias do presidente George W. Bush e a de Osama bin Laden.

Com seu humor característico e compromisso de revelar os fatos, Moore contempla a presidência de George W. Bush e onde ela nos levou. Ele mostra como e porque Bush (e quem mais importava) evitaram associar o 11 de setembro aos Sauditas, ignorando o fato de que 15 dos 19 seqüestradores eram Sauditas e de que foi dinheiro saudita que fundou a Al Qaeda.

Michael Moore, jornalista e repórter americano, sentiu a necessidade de investigar o fato, já que havia muita obscuridade nas declarações do presidente George W. Bush. De posse de provas, documentos e depoimentos Michael foi feliz em sua pesquisa profunda no passado da família Bush, apresentando uma visão jamais vista, provando o envolvimento do presidente dos EUA em relações comerciais com os Bin Laden e explica que a “guerra contra o terror” era apenas uma manobra publicitária para expandir seus negócios na área de armamentos e utensílios de uso militar.

Sem exageros e nos apresentando uma versão muito mais realista dos fatos, Moore nos dá os mais claros indícios de que as eleições americanas foram fraudadas, o Iraque não tinha nada a ver com o terror, os sauditas têm 6% dos Estados Unidos e essa guerra trouxe lucros para as megaempresas americanas (Microsoft, DHL e outras).

Indispensável para qualquer cidadão que queria entender "em que mundo estamos" Fahrenheit 9/11 é mais que um documentário, é a prova que precisávamos para debater a idéia de que o American Dream ainda existe.

Ao final do documentário, por diversas vezes me peguei pensando porque nunca fizeram algo parecido no Brasil. Temos um governo falso-comunista, que já foi terrorista e guerrilheiro, que nunca sabe de nada, que é fã de Fidel Castro, e que é louco por poder. Eu mesma já pensei em 300 roteiros diferentes para o mesmo tema.

A questão é: chocaria? Mudaria algo? Faria a diferença?

sexta-feira, junho 19

Dia do Cinema Nacional


É comemorado hoje o Dia do Cinema Nacional. A data foi criada para lembrar dos filmes, que desde 1898 (data da primeira gravação no Brasil "Vista da Baía de Guanabara") encantam e desencantam os cinéfilos brasileiros.

A história do cinema no Brasil sempre foi muito conturbada, justamente por passar por crises que a tornaram insatisfatórias, e talvez até hoje nunca mais pudemos retomar o sucesso de que somos capazes. Depois de "Vista da Baía de Guanabara", o cinema viveu de altos e baixos, com crises de incentivos e produções pífias. E foi o Cinema Novo da década de 50, extremamente influenciado pela Nouvelle Vague francesa que deu um novo ânimo às produções cinematográficas no Brasil. Glauber Rocha, Ruy Guerra, Cacá Diegues entre outros, nos apresentaram filmes engajados socialmente e com visões políticas esquerdistas.

Nessa época, o mercado não era a pretensão maior dos diretores. A única intenção era abrir os olhos e mostrar a realidade.

Na década de 70, depois de um longo período de cinema de autor, ou seja, o cinema passível a erros geniais e imperfeições propositais, o cinema nacional viu produções que buscavam dinheiro e abertura de mercado. Bruno Barreto (Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1976), Hector Babenco (Lúcio Flávio, o passageiro da agonia, 1977) e Arnaldo Jabour (Eu Te Amo, 1981) conquistaram cerca de 3 milhões de ingressos vendidos.

Trata-se de uma nova fase no cinema nacional, vivida até a era Collor, onde as verbas para as produções foram drasticamente cortadas. A Embrafilme, o Concine, o Ministério da Cultura, as leis de incentivo à produção e a Fundação do Cinema Brasileiro foram extintos. A essa época, tivemos apenas um filme produzido em 1922, A Grande Arte de Walter Salles.

Já na década de 90, temos um outro cenário no cinema do Brasil. A chamada "A Retomada" surge com força total, com produções como "Carlota Joaquina, a princesa do Brasil" de Carla Camurati.

O presidente à época, Itamar Franco, cria a Secretaria para o Desenvolvimento Audiovisual, que dá o incentivo que os gênios brasileiros precisavam para criar o que temos hoje como as maiores produções cinematográficas que o Brasil já ofereceu ao mundo.

Temos então filmes que misturam a chanchada da década de 30, com o cinema de autor da década de 50. Filmes com caráter social, como "Tropa de Elite", de José Padilha, "Carandiru", de Hector Babenco e "Cidade de Deus", de Fernando Meirelles se tornam sucesso dentro e fora do Brasil.

Além desse gênero, temos ainda as comédias românticas, seguindo a premissa americana como sucesso de bilheteria. "Se eu Fosse Você 2" de Daniel Filho, se torna a segunda maior bilheteria da história do cinema no Brasil, com 1 milhão de espectadores somente na primeira semana. O filme perdeu apenas para Titanic, a maior bilheteria do cinema no mundo.

O site www.cinemabrasileiro.net apresenta uma lista com as 30 maiores produções cinematográficas brasileiras. Vale a pena dar uma olhada, para talvez aprendermos a respeitar mais os nossos filmes, que nos fazem chorar, rir e relembrar a história do Brasil.

segunda-feira, junho 15

Intrigas de Estado, 2009


Sagacidade e furos de reportagens embalam o novo filme de Ben Affleck e Russel Crowe. Os dois personagens centrais de State of Play são jornalistas, que embora não se tolerem, passam a atuar juntos ao tentar desvendar um crime que poderia ser uma das maiores bombas do jornalismo norte-americano.

O primeiro personagem é Cal McAffrey (Russel Crowe), um jornalista veterano, com um passado sujo, que sabe que deverá cruzar algumas leis, e talvez desrespeitar algumas outras, para conseguir uma boa matéria. A segunda, Della Frye (Rachel McAdams) é jovem e determinada, faria de tudo por uma boa matéria, e com o passar do tempo sabe que terá que se arriscar mais se quiser se dar bem no ramo.

O crime investigado envolve um congressista, Stephen Collins (Ben Affleck) que tem seu nome envolvido em três assassinatos, um deles de sua assistente, com a qual mantinha um romance às escondidas.

O filme aborda diversas faces do jornalismo, uma delas: a ética, com quem os personagens convivem e brigam constantemente, entre ter amigos e ter fontes. Outra é a corrida contra o tempo para obter a melhor matéria, antes de qualquer outro. O filme, por diversas vezes, pode ser comparado a "Todos os Homens do Presidente", que também aborda crimes políticos e a corrida pelo furo. O diretor do longa é Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia).

Baseado numa série homônima da rede britânica BBC exibida em 2003, "Intrigas de Estado", explora com sagacidade o gênero 'jornalistas destemidos', que existe desde a década de 1930 e já rendeu desde comédias românticas a suspenses recentes, como "O Zodíaco" (2007).

O filme estreiou no Brasil em 11 de junho.

Fonte: Reuters

sexta-feira, junho 5

Salve os novos Dinossauros do Rock!


Pra quem nasceu depois do meio da década 80, fica tão clara a falta do surgimento de artistas que ultrapassam os limites do talento e colam em suas carreiras, um selo de imortais. As últimas grandes bandas que ainda estão em plena atividade, e que têm seus líderes já com cabelos grisalhos, nos encantam mas não fizeram parte de nossa juventude.

Quando muitos de nós nascemos, Steven Tyler já havia chegado ao fundo do poço devido às drogas e ressurgido com o enorme sucesso do disco Permanent Vacation. Ozzy Osbourne já estava em carreira solo depois de ser imortalizado junto ao Black Sabbath. Os melhores álbuns do Metallica já haviam ficado para trás. Sem contar, Deep Purple, Whitesnake, Pink Floyd, AC/DC, The Doors e a trinca de bandas insuperáveis, formada por Beatles, Supertramp e Led Zeppelin. Tudo isso me faz ter o pensamento do tipo; "Poxa, como eu gostaria de ter nascido na década de 60".

Em meio a esse pensamento que, por ora, parece pessimista, ainda existe no final desse caminho todo uma luz acesa. Na verdade são duas luzes e elas têm nome: Pearl Jam e Oasis. Duas bandas que nasceram e despontaram para o mundo após os gloriosos anos do rock'n' roll e que ainda mantêm suas atividades. Gravaram discos antológicos, fizeram e fazem shows magníficos e assim constituíram suas obras. A cada ano que passa surgem com novos álbuns e anúncio de turnês mundiais. Não podemos esquecer que Noel, Vedder e cia já chegaram aos 40 anos, e estão prestes a se transformarem nos famigerados "Dinossauros do rock"; afinal de contas nenhuma das duas bandas dão sinal algum de que vão pendurar suas guitarras.

Não consigo imaginar outra banda que surgiu na década de 90 que possa perpetuar por um longo tempo e transcender a barreira quebrada pelas grandes bandas da história - que deixaram discos geniais e mesmo após os 40 anos ainda têm fôlego de sobra pra continuarem a espalhar o som do rock pelos 4 cantos do mundo. É claro que a nossa década tem muita coisa boa e é muito justo dar valor à elas, mas eu não imagino Brandon Flowers - por exemplo - levando seus netinhos em shows do The Killers. Pago pra ver e aposto com quem for que eles e outras várias, param antes disso, o que seria uma pena.

Fato é que, para que me entendam, eu terei um orgulho imenso ao ver meu filho segurando em suas mãos um dos discos do Oasis aprendendo e observando o quão grande é a história daquela banda (assim como fiz com discos do Aerosmith ou do AC/DC) e poder falar que ela fez parte da nossa década e que vi o nascimento de suas obras. Isso é que me faz ter tanta certeza de que esses novos tiozinhos serão os únicos representantes de nossa época num futuro tão incerto, musicalmente falando, que se aproxima tão rápido.

segunda-feira, junho 1

Cine Marabá, bem vindo!


É no encontro das duas avenidas mais famosas da cidade de São Paulo (Av. Ipiranga com Av. São João), que desde 1944 funciona o Cine Marabá, o mais duradouro cinema da Cinelândia Paulistana. O cinema foi inaugurado com a exibição "Desde Que Partiste". A sala, que foi a mais importante em São Paulo nas décadas de 40 e 50, fechou apenas em 2007 para receber uma reforma que lhe rendeu cinco novas salas e a modernidade dos cinemas de hoje em dia.

A transformação do cinema custou R$8 milhões e foi financiada pela distribuidora Playarte, responsável pelas exibições dos filmes. O saguão, que foi tombado como patrimônio histórico, ainda tem as referências da época de ouro do centro velho da cidade, como os lustres, as colunas e o piso. A reforma foi responsável, não somente pela manutenção da parte histórica do cinema, mas também pela inauguração de cinco novas salas, mil e cem lugares (a sala avulsa do cinema anteriormente possuia 1.655 lugares) e modernização da exibição. Um dos principais motivos da deteriorização do cinema foi a má qualidade das exibições, que perderam lugar para os cinemas modernos, com exibições de melhor qualidade.

A reinauguração do Cine Marabá traz, principalmente para os amantes de cinema e moradores da região, uma nova esperança para a retomada cultural do centro da cidade. Livrarias, restaurantes e cinemas luxuosos marcavam o tempo áureo da cultura do centro da cidade, que sentiam falta deste tipo de entretenimento, uma vez que os cinemas da região estão se degradando com a exibição de conteúdo pornográfico.

Na minha opinião, a reabertura das salas do Cine Marabá mostra como o cinema ainda é importante para a sociedade, e como assumiu determinantemente o lugar dos livros (outrora principal retrato da sociedade), na divulgação da realidade social contemporânea.

Espero que possamos contar com essas salas por uma eternidade, até as exibições 3D nos mostrarem outro tipo de se fazer cinema.

Os ingressos custarão R$ 10 (às quartas) a R$ 16 (na sala maior, com exibições em 3D).