Eu costumo fazer críticas bem duras a respeito das produções nacionais atuais, mas faço isso, muitas vezes, sem lembrar dos filmes que já me fizeram tão bem e que jamais saíram de nossas fronteiras. Em homenagem a tais filmes, resolvi fazer um TOP 5 pessoal dos filmes que mais me marcaram e que são, originalmente, brazucas. Claro, não pode faltar a Menção Honrosa:
1 - O Auto da Compadecida, 1999 (Guel Arraes)
De longe é meu filme favorito. Engraçado e comovente, conta com maestria a estória previamente narrada por Ariano Suassuna, um dos maiores dramaturgos e escritores brasileiro. A peça feita em forma de ato é a nossa própria "Auto da Barca do Inferno". Explorando com muita delicadeza a fragilidade agreste e a fé que move e comove o povo, e que se faz como a única chance de salvação de pessoas que nascem fadadas a um destino insólito. A inocência de Chicó e João Grilo, o oportunismo de Eurico, e a fuga de Severino te prendem, te apaixonam e te conquistam.
2 - Carandiru, 2002 (Hector Babenco)
O filme é uma superprodução baseado no livro Estação Carandiru, do médico Drauzio Varella, onde ele narra suas experiências com a dura realidade dos presídios brasileiros em um trabalho de prevenção à AIDS realizado na Casa de Detenção. Mostra uma visão diferente do Massacre do Carandiru e tem um humor ácido que você só encontra nos filmes de Babenco. Tá na minha lista de preferidos porque, além de ser uma produção caprichosa, tem um elenco de primeira e um roteiro arrebatador.
3 - O Homem que Copiava, 2003 (Jorge Furtado)
O filme, ambientado na zona norte da cidade de Porto Alegre, conta a história de André, um jovem operador de fotocopiadoras que precisa de 38 reais para se aproximar de sua vizinha Sílvia, por quem está apaixonado. Para isso, é ajudado por Cardoso, empregado de uma oficina, que topa qualquer coisa por dinheiro. Marinês é uma jovem que explora sua sensualidade para ascender na vida, e acaba se identificando com Cardoso. Lázaro Ramos, Leandra Leal, Luana Piovani e Pedro Cardoso. Não preciso falar mais nada.
4 - Meu Tio Matou um Cara, 2004 (Jorge Furtado)
Outro filme de Porto Alegre. Isso para mim já ganha no quesito "diferencial". É engraçado, é realista, é agradável e é caprichado. Não tem nada demais e diferente do que estamos acostumados a ver normalmente, mas ainda assim, pela história que é contada, é um dos filmes mais agradáveis para ver em cinema.
5 - O Ano em que Meus Pais Sairam de Férias, 2006 (Cao Hamburger)
1970, auge da Ditadura Militar. Uma história original que te comove e encanta. Mauro é um garoto de doze anos, que adora futebol e jogo de botão. Um dia, sua vida muda completamente, já que seus pais saem de férias de forma inesperada e sem motivo aparente. Mauro precisa lidar com sua nova realidade, que tem momentos de tristeza pela situação em que vive e também de alegria, ao acompanhar o desempenho da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970 e fazer novas amizades no seu novo lar. Realista, mostra a alienação da população durante a ditadura e o medo de uma criança que, longe dos seus pais, precisa aprender a andar sozinho.
Menção Honrosa - Lisbela e o Prisioneiro, 2003 (Guel Arraes)
Uma comédia romântica mais brasileira impossível! É uma adaptação da peça de teatro homônima de Osman Lins. Conta a história do malandro, aventureiro e conquistador Leléu e da mocinha sonhadora Lisbela, que adora ver filmes norte-americanos e sonha com os heróis do cinema. Seguindo a mesma linha que "O Auto da Compadecida", Guel se mostra, mais uma vez, um dos diretores mais competentes que temos e nos ajuda a dar mais valor ao agreste brasileiro, palco de tanta comédia e bastidor de tanta miséria.
sexta-feira, janeiro 15
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3 comentários:
O Auto da Compadecida e Lisbela são sensacionais!
Menine, sua história no KFC é quase uma tentativa de assassinato, sério o.o
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
nossa que vergonha, a maioria desses filmes só vi trechos =/
realmente tenho que lidar com meu preconceito com filmes nacionais, tou perdendo um bocado de coisas!!
Hey, sem central do brasil?!
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