quarta-feira, setembro 16

A grande farsa do cinema nacional



Comédia, sátira e farsa são três modalidades teatrais importantes, que fizeram história durante muito tempo. Hoje em dia elas podem caracterizar muito bem a atual situação do cinema no Brasil. Aquelas comédias pastelão que todo mundo gosta de ver na TV, tomam lugar nas telonas, e atingem a primeira posição no ranking de filmes mais vistos nas salas brasileiras. As sátiras saem da TV e correm para os filmes, facilitando a aceitação e gerando toneladas de dinheiro para os cofres das grandes produtodas (uma delas a Globo Filmes, responsável pelos filmes que pertencem às Organizações Globo, e que divide a opinião de muitos cineastas).

Filmes como "Se eu Fosse Você", "Se eu Fosse Você 2" e "Os Normais" renderam milhores se tornando os filmes mais vistos da Retomada. Os três foram produzidos pela Globo Filmes. Nenhum desses filmes ganhou um prêmio de excelência.

"O Homem que Copiava" de Jorge Furtado, lançado em 2002, ganhou o Grande Prêmio de Cinema do Brasil, em 2004, Lázaro Ramos ganhou o prêmio de melhor ator no Festival de Havana e ganhou o troféu APCA de melhor filme. "O Homem que Copiava" não levou nem metade de pessoas para os cinemas. Também foi produzido pela Globo Filmes.

Qual a diferença então entre esses quatro filmes? A temática, a abordagem e principalmente o público que deseja atingir. Comprovadamente, o público aumenta em 86% se o filme for uma comédia e 63% se tiver citação ao sexo. Explicado?

Onde está portanto a tal farsa?

Chamam de "A Retomada" o ciclo cinematográfico brasileiro iniciado em 1995 (dois anos antes da criação da Globo Filmes). Esse ciclo foi marcado por apoio fiscal e financeiro para que o cinema nacional tomasse novos rumos, aumentando a criação cinematográfica e intensificando a lei do Audiovisual. Tudo isso porque o cinema estava atravessando uma grande depressão. E ai está a grande farsa. Não saimos dela ainda. A depressão ainda está aqui, mas exibida de uma outra forma.

Perceba que o público ainda não frequenta o cinema porque temos produções de qualidade, e sim porque tocam no assunto que eles querem ouvir. Sexo, violência e uma pitada de pornografia nos leva novamente a uma pornochanchada desfigurada, mostrando que tudo o que criamos até então não está longe daquilo que tinhamos nas primeiras décadas do século.

Logo, chegamos a conclusão que o cinema não vive uma retomada, e sim uma repaginada de tudo o que já conhecemos. E que as salas cheias de pessoas que gostam de se divertir com cinema nacional são "imgens meramente ilustrativas".

3 comentários:

Marcia Gullo Tiberio disse...

Jubis, não consigo ler o resto....a tela fica branca a partir de "A conclusão...."

e aparece um pedaço enorme em branco ate chegar na parte em que acesso os comentários...

bejinhos

Fernando Cazelli Perez disse...

É uma jogada básica, dê ao povo o que eles querem... quem vai gastar seu suado (e mínimo) salário para ver no cinema um filme chamado "O Homem que Copiava" quando pode ver o Tony Ramos sendo depilado?
É o reflexo da falta de cultura do "povão" brasileiro. Se depender deles, teremos o CQC: O Filme, ou Se eu Fosse Você 334, essas coisas

Pedro disse...

Genio, Juliana!

adorei o blog! e em especial esse post... e realidade que ninguem vende e que ninguem ve! nos proximos dias criarei um blog para criticar cinema e tv e espero contar com o apoio do seu!


abraços