segunda-feira, agosto 3
Noir ou não noir... eis a questão!
Assim como uma pintura, um filme noir é resultado de diversos outros estilos, todos misturados, presentes em uma só produção audiovisual. E assim como no nosso dia a dia, no qual temos que aprender a lidar com cada uma das situações, no filme temos que saber dividir cada estilo, e apreciá-lo de uma forma diferente.
Policial ou romance, cada estilo do noir merece um apreço diferente. Mas antes de mais nada, expliquemos portanto o que realmente é o filme noir.
Oras, nada mais que o mundo em que vivemos, cínico, debochado, não apático e principalmente violento. Ele existe desde 1946, graças a Nino Frank. Vale ressaltar que não são todos os filmes em preto e branco que podem ser considerados noir, propriamente ditos. Originalmente, eles são monocromáticos, o que não quer dizer que todo filme assim seja um noir. Não, é necessário muito mais para podermos caracterizá-los desta forma.
As décadas de 40 e 50 foram o auge do cinema noir, os filmes tinham um baixo orçamento, atores de segunda categoria, mas um charme de causar inveja em qualquer outro clássico da época. O film noir ficou conhecido por estas características, criando dramas inteligentes e permeados por niilismo, desconfiança, paranóia e cinismo, em ambientes realistas urbanos e utilizando-se de técnicas como narração confessional ou movimentos de câmera com o ponto de vista do herói.
Os Bad-Girl-Movies, como também eram conhecidos os filmes noir, às vezes também era rodeado de críticas a mulheres, muitas vezes de caráter questionável e vez ou outra vilã-mocinha de uma história medonha.
Crime, assassinato, pavor e realidade desviada são alguns dos temas abordados por filmes noir, que tem como característica principal o alto contraste do preto e branco e tomadas diferenciadas, como se sempre o bonzinho estivesse vendo a cena, com seus próprios olhos. Um exemplo famoso e fenomenal de um filme noir aclamado pelas críticas foi Sunset Boulevard (1950).
Os filmes noir influenciaram muito o cinema atual, os irmãos Cohen são um exemplo de que este estilo ainda é vivo, mais de cinquenta anos depois de seu surgimento. David Lynch também fez do gênero um alicerce para suas obras, principalmente em Blue Velvet (1986). Sin City é, por muitos, considerado o filme neo-noir mais fiel à proposta do gênero, mas há quem diga que não passa de um recurso para economizar na produção do longa.
Uns gostam, outros não... mas não dá para negar que um filme noir mostra, realmente, do que o cinema é capaz.
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2 comentários:
Noir, sempre. A Literatura noir também influenciou muito o cinema, com Raymond Chandler (que foi roteirista também) e Dashiel Hammet (O falcão Maltês), todos clássicos, mostrando o mundo como a merda que ele realmente é.
Noir tem sempre o seu charme!
www.teoria-do-playmobil.blogspot.com
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